Entrevista Especial: Diego Conceição fala de Seleção Brasileira e do crescimento do 3X3

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O Rio de Janeiro conquistou o título da categoria Elite (profissional) do IV Circuito Paulista de Basquete 3×3, em São Paulo. Além do título, a equipe carioca garantiu a vaga para a disputa da etapa mexicana do FIBA3x3 World Tour, em setembro, na Cidade do México. Além do título, o MVP da competição, foi o ala/pivô Diego Conceição, que ainda termino a competição como maior reboteiro.

“Foi meio que surpresa porque eu não achei que tivesse ido tão bem assim e acabei ganhando o prêmio no final e foi bacana porque eu acabei superando pessoas que já estão há mais tempo que eu ali jogando e estão com um entendimento melhor do que o meu sobre esse tipo de jogo, então foi bem surpresa. Mas eu também batalhei, pensei e penso muito nisso e treinar para ser o melhor que eu puder ser e se o meu melhor for para ser MVP então eu vou tentar todas as vezes agora”, falou.

Entretanto, a história de Diego Conceição com o Basquete 3X3 começou vencendo a Copa América 2014.

“Foi a primeira competição de 3×3 que eu joguei, não tinha noção de como era. Eles fizeram o mesmo esquema dos gigantes: eram dois times brasileiros, naquela época foi um time argentino, o campeão argentino e o campeão dos Estados Unidos então, para nós era muito novidade, mas eu estava em forma porque estava treinando e ainda jogando o basquete convencional, mas foi bem legal e bem interessante. Pra mim meio que abriu os olhos para essa possibilidade de jogar o 3×3”, explicou.

“Quando eu fui chamado me falaram que eu tinha umas características importantes, interessantes pro jogo e que talvez eu me desse bem com ele, então eu aceitei na hora e joguei, mas não tinha noção de que talvez pudesse chegar nesse nível hoje de estar jogando só o 3×3 e ter conquistado uma vaga para o World Tour”, completou.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que a modalidade 3X3 fará parte da próxima Olimpíada, que será realizada em Tóquio, no Japão, em 2020 e a notícia mexeu ainda mais com Diego Conceição.

“Com a notícia de ter virado um esporte olímpico me chamou mais atenção ainda. Eu já estava com a proposta de só jogar o 3×3 e quando veio que ele virou olímpico, para mim foi a definição mesmo de que eu iria jogar só ele”.

Seleção Brasileira

Hoje é a Confederação Brasileira de Basquete (CBB),  quem comanda isso, tem um técnico que é o Douglas Lorite e ele convoca os jogadores, não sei qual é o critério que ele utiliza mas, acho que o ranking influencia um pouco e acho que um pouco da qualidade técnica que ele vê no jogador. Então acho que a formatação da equipe vai ser dentro desses jogadores que ele convocar e que ele entender que sejam melhores pro jogo né, pra seleção em si.

Uma briga que se tem hoje é para que se vá o time (inteiro), o melhor time do ranking, porque uma das conversas que pelo menos eu tenho tido com alguns jogadores é de que mesmo você tendo um tempo de um mês ou dois meses de preparação de uma Seleção é difícil você encontrar um entrosamento que já se tem uma equipe, então a situação do 3×3 basicamente, passa muito pelo entrosamento e função.

Cada jogador tem a sua função dentro da equipe, cada jogador faz uma coisa muito bem entendeu? A função de cada um é fundamental nesse jogo. Pelo meu entendimento e de muitas pessoas que eu converso, hoje a melhor maneira de selecionar uma equipe, de levar a melhor seleção seria levar o melhor time hoje no ranking, mas como eu falei hoje é a CBB quem manda nisso. Eles que convocam os jogadores, tem uma época de treinamento e o Douglas que é o técnico da seleção decide os jogadores que vão então, é assim que está sendo trabalhado hoje.

Claro que eu quero servir a seleção, quero ir representar o meu país quem sabe em uma futura Olimpíada, mas eu acho que tudo vai passar muito por nosso desempenho nos torneios em que jogarmos, então a nossa preparação ainda não é a ideal que queremos ter para os torneios, mas é a que a gente consegue fazer. Hoje, nosso time se encontra três vezes na semana para treinar. Nós temos um preparador físico, que é o Daniel Félix, ele faz um trabalho específico como nosso time.

Como surgiu a Equipe Rio de Janeiro

A equipe do Rio de Janeiro, era uma ideia antiga. No caso, eu e o Marcelo, já tínhamos pensado nessa situação de montar uma equipe, o Coloneze (Fernando) também já tinha pensado e no final das contas o Fernando acabou fazendo os convites.

Ele meio que tomou a atitude de iniciar o projeto, mas cada já tinha pensado nessa possibilidade de juntar os amigos e acabar jogando então, foi um pensamento de todos com a iniciativa do Fernando que nos chamou para uma reunião e descobrimos que ele queria juntar uma equipe.

Viu um potencial em mim e no Marcellus (Sarmento), a gente acabou pensando no André (Brugger) e no Manteiguinha e acabou juntando também o Fred (Frederico Santos) que é um cara ótimo, tem uma noção muito boa e um QI de basquete muito bom que a gente fala né? Estava ajudando muito a gente e acabou entrando nessas duas etapas finais por uma lesão do André e nos ajudou muito. Hoje temos cinco jogadores que sabemos que podemos confiar muito porque todos têm muita qualidade. Então o projeto iniciou dali.

Planejamento

Sobre o nosso planejamento: como a gente não tem mais as etapas da CBB, a gente está jogando todas as etapas da ANB que a gente pode. Tem um planejamento de jogar todas as próximas três etapas e esse Word Tour que acabamos de conquistar no Circuito Paulista.

Nós trabalhamos para vencer essa competição e nosso time pensou nesse torneio como o mais importante, para nós, no ano e que bom que a gente foi feliz nele e conseguiu ganhar.

Experiência

Jogar com jogadores que estão fazendo história é interessante, porque eu tenho pouco tempo só de 3×3. Desde o início do ano eu tenho focado só no 3X3, o time tem trabalhado bastante e estudado muito o estilo de jogo.  O time tem se reunido para discutir sobre a modalidade. Isso porque entendemos que o nível está muito alto e a gente quer estar da melhor maneira possível. Hoje a nossa equipe é uma equipe muito forte dentro do cenário nacional e acabou se dando bem.

Foto da capa: Rede Social do atleta
Foto meio da matéria: Alessandro Cardoso

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