Impactos financeiros e esportivos causados pelo corona vírus na NBA

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Depois de um início espetacular com times mais equilibrados disputando palmo a palmo uma posição entre os virtuais classificados para os playoffs, todos os prognósticos da NBA foram alterados após anos de hegemonia do Golden State Warriors.

Inúmeras transferências de jogadores acabaram criando mais times competitivos e também uma grande expectativa nos fãs de um dos esportes mais populares do Estados Unidos e tornando a temporada 2019/2020 uma das mais aguardadas.

Nem a ausência de grandes nomes como Kevin Durant e Stephen Curry foi capaz de diminuir a qualidade de um dos maiores eventos esportivos do planeta.  Mas infelizmente, o maior campeonato de basquete do mundo também sucumbiu à pandemia do coronavírus.

O que parecia ser um problema de menor escala, acabou tomando proporções globais e alterando o funcionamento de diversas atividades em todo mundo. A doença, que apareceu na China em meados de dezembro de 2019, se espalhou rapidamente, levando à suspensão das principais ligas esportivas do mundo, com o objetivo de evitar a aglomeração de pessoas e a proliferação do vírus.

A NBA foi uma das primeiras ligas a tomar a decisão de interromper temporariamente a temporada 2019/2020. A ordem agora é esperar, mas pode ser que a liga seja totalmente cancelada, caso a curva de crescimento de infecção por coronavírus siga avançando no país.

A decisão de suspender a atual temporada da NBA aconteceu de maneira incomum. Dois dias após zombar das precauções recomendadas para evitar que o coronavírus se espalhasse pelos Estados Unidos, o pivô francês do Utah Jazz, Rudy Gobert, testou positivo para a doença instantes antes do início da partida da equipe de Salt Lake City contra o Oklahoma City Thunders.

O jogador, que, em tom de brincadeira, havia tocado nos microfones dos jornalistas que cobriram sua coletiva pré-jogo, não apareceu na quadra, causando estranhamento inclusive dos adversários. Com os times prontos para iniciar a partida, o problema foi comunicado ao árbitro, que decidiu encerrar o jogo.

Em seguida, veio a ordem de evacuação da arena em Oklahoma. Gobert, que já veio ao Brasil promover a NBA, foi isolado imediatamente e seguiu de volta para Salt Lake City em voo diferente ao dos colegas de equipe. Pela proximidade com ele, os jogadores do Utah Jazz foram obrigados a ficar de quarentena nos vestiários por cerca de cinco horas, até serem liberados.

Paralisação da NBA pode causar prejuízos de até US$2 bi

Nos Estados Unidos o coronavírus já matou cerca de 389 pessoas. Em escala global, o vírus já vitimou mais de 15 mil, a maioria delas na Itália, onde o governo demorou a tomar ações preventivas e viu o sistema de saúde do país entrar em colapso. É isso que o governo americano tenta evitar, com o cancelamento da NBA e de outras grandes ligas esportivas e eventos de grande porte.

O prejuízo causado pela pandemia se estende aos negócios. Por exemplo, com a paralisação da NBA, estima-se que as perdas podem chegar a até 2 bilhões de dólares. Isso considerando toda a cadeia de negócios em torno da liga, como o funcionamento das arenas, a venda de produtos nos dias de jogos, o funcionamento de bares e restaurantes e até as transmissões de tv e o consumo das famílias nos dias de jogos, mesmo em casa.

Sem jogos, os primeiros a sofrerem os impactos da paralisação são os funcionários das equipes e os responsáveis pelas arenas onde acontecem as partidas. Pensando nisso, Rudy Gobert, marcado como o primeiro jogador da NBA infectado pelo coronavírus, doou a quantia de 500 mil dólares para dar suporte aos funcionários do Utah Jazz e da arena de Oklahoma, onde seu teste foi confirmado como positivo.

Arrependido por não ter levado a sério a doença, Gobert se tornou o principal porta-voz da NBA contra o coronavírus. Após mais de dez dias de paralisação, outros atletas da liga já testaram positivo para a doença e estão sob cuidados médicos: dois no Los Angeles Lakers, que preferiu não revelar as identidades dos infectados, e um no Boston Celtics, o armador Marcus Smart, que de acordo com a franquia de Boston, não apresenta sintomas.

Em caso de retomada, cenário esportivo da NBA pode mudar

Após seis anos de domínio do Golden State Warriors, a temporada 2019/2020 da NBA prometia ser das mais disputadas dos últimos tempos. Equipes como o Los Angeles Lakers, o seu conterrâneo de menor expressão, Los Angeles Clippers, o Milwaukee Bucks, o Boston Celtics, o Houston Rockets e o Denver Nuggets despontavam como as principais candidatas ao título. Após a paralisação que poderá ser de até três meses, o cenário pode ficar diferente.

Caso as previsões mais otimistas se confirmem e a liga seja retomada até junho, os jogadores dessas equipes precisarão se recondicionar fisicamente e se entrosar novamente. Até mesmo os treinos estão paralisados e os atletas têm cuidado das suas condições físicas de modo independente. Mas ficar durante tanto tempo sem jogar pode prejudicar jogadores em diferentes situações, como aqueles com metabolismo mais lento e que podem engordar mais facilmente ou então jogadores com mais idade, tornando uma incógnita qualquer projeção para o resultado final da NBA em 2020.

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