Seleção Brasileira de basquete treina no CT Paralímpico sob nova gestão

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A Seleção Brasileira de basquete em cadeira de rodas tem realizado seus primeiros treinos sob o comando do novo técnico Josias Machado Carneiro e toda a comissão técnica, que assumiram o cargo no meio do ano, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. A equipe brasileira ficará reunida no local até o próximo domingo, 3.

Para esta etapa de treinamento, foram convocados 20 atletas e as atividades já visam uma das quatro vagas no Campeonato Sul-Americano na modalidade que vai acontecer em Buenos Aires, na Argentina, entre 28 de novembro a 14 de dezembro. A competição vai garantir o direito de disputar a Copa América, que acontecerá em 2022, com local e data a serem definidos.

A proposta da nova comissão técnica e coordenação da Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeiras de Rodas (CBBC) é de renovação e mesclar atletas experientes com a chegada de jovens que participaram das equipes nacionais de base em anos anteriores e atletas que nunca foram convocados anteriormente.

“Estamos em um processo de renovação cauteloso e com muito respeito a todos os atletas que serviram a Seleção Brasileira por todos esses anos. Hoje, temos 10 veteranos e 10 atletas que nunca vestiram a camisa da Seleção, entre eles, jovens de 19 anos e abaixo dos 23 anos. Vamos propor novas ideias de trabalho, mas com foco principal em colocar o Brasil novamente nos Jogos Paralímpicos, em Paris 2024”, afirmou Josias Machado Carneiro, que já atua na modalidade há sete anos e é técnico do Castro Basquete em cadeira de rodas, do Paraná.

Haverá ainda uma segunda etapa de treinamento antes da competição sul-americana, para a qual serão selecionados 12 atletas.

“A renovação é o caminho porque o Brasil tem um material humano muito bom. Os nossos maiores adversários serão Colômbia e Argentina e vamos em busca não somente da vaga, mas do primeiro lugar no Sul-Americano. Estamos em busca da volta do nosso respeito na América do Sul”, analisou Anderson Ferreira, que teve paralisia infantil aos dois anos e representa o Brasil desde 2001, com participação em competições como o Parapan de Lima 2019.

O basquete de cadeira de rodas foi uma das modalidades em que o Brasil não se classificou para os Jogos Paralímpicos de Tóquio. A classificação dependia da campanha nos Jogos Parapan-americanos de Lima 2019.

A seleção masculina, que precisava ficar entre as três primeiras, foi eliminada nas quartas de final pela Colômbia, enquanto a feminina, que tinha de chegar à final, caiu nas semifinais para o Canadá.

Apesar de ficarem sem a vaga paralímpica, as brasileiras garantiram a medalha de bronze naquela competição.

“Para mim, tem sido uma satisfação muito grande estar com atletas experientes com mais de 20 anos de carreira. É um sonho vestir a camisa do Brasil. Não esperava estar aqui [convocado] e foi gratificante perceber que estão de olho no meu trabalho. Conversei com alguns atletas experientes que já joguei junto em clube e me passarem um pouco dessa ‘malandragem’ da quadra”, completou Cristiano Santeri, que teve uma amputação devido a um câncer ósseo e tem apenas cinco anos de basquete em cadeira de rodas profissional.

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