Seleção feminina perde nos pênaltis e dá adeus à competição em Tóquio

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A seleção brasileira feminina de futebol está fora dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. Nesta sexta-feira, a equipe da técnica Pia Sundhage empatou por 0 a 0 com o Canadá, no Estádio Miyagi, pelas quartas de final. Após o empate persistir na prorrogação, a decisão para a vaga na semifinal foi para os pênaltis. E as brasileiras acabaram derrotadas por 4 a 3.

“Tem dias em que as coisas não funcionam. Senti que a gente começou muito bem no jogo, tivemos possibilidade de abrir o placar. Faltou um pouco mais de paciência no terço final do campo. Algumas situações podiam ter sido melhor aproveitadas, até mesmo na prorrogação, porque elas nitidamente estavam mais cansadas que nós. Mas é coisa do futebol, são coisas que acontecem e nem sempre o melhor time ganha. Agora é pensar no futuro, continuar apoiando nossas meninas e a modalidade, porque o futebol feminino não acaba aqui”, afirmou Marta.

O Brasil começou melhor o jogo e teve as melhores chances. Na melhor delas, aos 40 minutos, a atacante Debinha roubou a bola de uma adversária, entrou na área e finalizou para a defesa da goleira Labbé. No segundo tempo, a seleção brasileira continuou melhor e teve novas oportunidades para abrir o placar. Mas a goleira canadense defendeu as principais oportunidades do Brasil.

No primeiro tempo da prorrogação, a partida foi mais equilibrada e sem grandes oportunidades de gol. Na etapa final, a seleção criou algumas chances para vencer a partida, mas não obteve êxito. A decisão foi para as penalidades e Marta, Debinha e Érika converteram para o Brasil, porém Andressa Alves e Rafaelle desperdiçaram suas cobranças.

O jogo marcou a despedida de Formiga dos Jogos Olímpicos.

“Gostaria de estar feliz nesse momento, fazendo mais de 100 jogos, última Olimpíada, querendo a classificação. Mas pênaltis e o futebol como um todo são assim, acontece. Agora é levantar a cabeça, encarar novos jogos, novos campeonatos. Foi o que disse a elas: perdemos uma batalha, mas a guerra continua”, projetou.

Formiga esteve com a seleção em todas as edições olímpicas desde que o futebol feminino passou a ser disputado, em Atlanta 1996. Foi duas vezes medalhista de prata e chegou às semifinais em outras três oportunidades.

“Este é um dos melhores grupos com os quais já trabalhei. Acredito muito no trabalho que está sendo feito aqui, que encantou não só a mim mas a todas nós. Tenho certeza que as meninas que estão vindo aí terão um pouco mais de tempo para aplicar e entender melhor a filosofia de trabalho da Pia, que está sendo muito importante. Não é porque fomos eliminadas agora que não houve coisas boas; houve sim, muitas. Agora é levantar a cabeça e pensar já no próximo, porque a gente não pode perder tempo para ficar lamentando”, disse, defendendo o planejamento de longo prazo como crucial para manter a evolução da modalidade”, afirmou, emocionada.

Marta aproveitou o momento para exaltar a história de sua amiga, recordista em participações olímpicas com sete torneios pela seleção.

“Falei isso às meninas e me dirigi diretamente à Formiga, que eu gostaria de viver mais uma vez a emoção de lutar pela medalha com ela. Mas agradeço demais por tudo que ela fez pela nossa seleção durante todos esses anos, uma vida dedicada a esse esporte, e espero que todos possam enxergar dessa forma. É uma pessoa que dedicou a vida inteira, que tanto contribuiu para a modalidade, que é inspiração para todas essas meninas e que poderia ter tido um final um pouquinho mais feliz. Mas ela é guerreira e isto nos orgulha demais: a oportunidade que tivemos de jogar mais uma Olimpíada com ela”, disse.

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