Com foco na Seleção e no Mundial, Dani Lins inicia treinamento físico após o nascimento da filha

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A mais nova mamãe do vôlei brasileiro começa a preparar o retorno às quadras. Quase 40 dias após o nascimento da primeira filha, Lara, Dani Lins está animada com a retomada dos treinos físicos. Para preparar o corpo após as mudanças que ocorrem durante a gestação, a levantadora recebe orientações específicas do preparador físico da seleção brasileira de vôlei e bicampeão olímpico, José Elias Proença, no Centro Dois Andares, no Morumbi, em São Paulo.

Lara nasceu dia 25 de fevereiro e, após a cesariana, a campeã olímpica aposta nos conhecimentos de Zé Elias e na estrutura da Dois Andares para retomar a carreira em alto nível. “A Dois Andares é supercompleta e a metodologia de trabalho do Zezinho (apelido de Zé Elias entre as atletas), com ênfase no pilates, é ótima. Ele até brinca assim: ‘acho que eu estou esquecendo da musculação,’ mas sinto que no pilates você faz uma musculação e às vezes fica até mais cansada do que quando só puxa ferro na academia. E eu acho muito melhor. É um estilo livre e sem o estresse de só ficar pegando peso”, ressalta Dani Lins.

Dani Lins não esconde a ansiedade em voltar aos treinos com bola e conta ter precisado insistir com sua médica até ser liberada para a prática de atividades físicas. “A doutora me liberou porque eu pedi. Falei: ‘preciso fazer alguma coisa, estou entediada de ficar em casa’. Por mim, eu voltava bem antes, mas é que não pode mesmo, principalmente em função da cicatrização no abdome. Espero que, daqui a um mês, já consiga treinar com bola. Vai depender muito de como está a cicatriz, mas acho que por eu ser atleta, o processo é muito mais rápido”.

O objetivo de Dani Lins é reunir condições físicas e técnicas para integrar a seleção brasileira ainda em 2018. “Eu queria jogar a Liga das Nações, mas não vai dar tempo, ainda mais porque a Lara não pode viajar antes dos três meses. Pelo que eu sei, o Zé Roberto (técnico José Roberto Guimarães) me inscreveu na Copa Panamericana, no final de julho, quando espero estar pronta para jogar. O objetivo maior é ir para o Mundial, no final de setembro, no Japão. Se eu estiver fisicamente bem, tecnicamente bem e o Zé Roberto achar que eu tenho condições de ir, vou fazer de tudo para dar o meu melhor. Quero muito ir. É o único campeonato que a seleção feminina não tem, né?”

Zé Elias explica que o principal cuidado com Dani Lins deve ser com as articulações. “Na preparação do corpo para o parto, há liberação da elastina, que, junto com o colágeno, é um componente de tendão, ligamento e cartilagem, e que a articulação começa a se abrir, dando condição para o parto. E isso requer cuidado, porque no pós-parto esses espaços articulares continuam presentes e pode gerar instabilidade. Tem um ditado que é assim: se levou nove meses para gestar a criança e abrir os espaços articulares, vai levar nove meses para voltar ao que era antes. Mas, com a memória de um trabalho prévio, o pós-parto pode ser facilitado e, por exemplo, no caso do atleta, em três meses ela pode resgatar a estabilidade articular.”, explica o preparador físico.

Para uma jogadora de vôlei, esse preparo é ainda mais importante, porque o esporte exige movimentos muito bruscos, que podem machucar as articulações se elas não forem preparadas corretamente. José Elias acrescenta que o primeiro passo no treinamento pós-parto é favorecer a centralização dos ossos dentro da articulação e, então, dar estrutura e estabilidade para os movimentos. Só depois começa o trabalho de força e estabilidade, até possibilitar a volta de movimentos mais velozes e gestos técnicos da modalidade.

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