O Brasil chegou à 15º medalha no Campeonato Mundial de natação, neste sábado, 14, com o bronze de Daniel Dias nos 50m costas e a prata do revezamento 4x100m livre 49 pontos (para deficientes visuais das classes S11 a S13). Assim, a delegação nacional chega ao último dia da competição, este domingo, 15, na 9ª colocação no quadro geral de medalhas, com cinco ouros, cinco pratas e cinco bronzes.
A disputa reuniu desde a segunda-feira, 9, mais de 650 atletas, 27 dos quais são brasileiros, de 81 países. No quadro de medalhas, a Rússia, que estava banida do esporte paralímpico até o início da temporada por problemas sistemáticos de doping, lidera a competição com 16 ouros de um total de 47, seguida pela Itália, com 15 ouros, mesma quantidade da Grã-Bretanha, que figura em terceiro porque tem menos medalhas de prata que os italianos (18 x 11).
A 14º conquista brasileira na piscina do Parque Olímpico de Londres veio das braçadas de Daniel Dias. Ele foi o terceiro colocado nos 50m costas com 36s11. A prata ficou para o ucraniano Yaroslav Semenenko (34s72), e o ouro, com o chinês Lichao Wang, que chegou tranquilamente em 32s59.
“Esta era uma prova difícil de sair um bom tempo, se eu fizesse em 35 segundos seria incrível, desde a eliminatória, pela manhã, eu disse isso. Tentei arriscar uma estratégia para chegar nos 35 segundos, não deu, mas que bom que veio uma medalha. Tentei aumentar a frequência no início e tentar segurar, assim como eu fiz e deu certo nos 50m livre, eu cansei no final, mas não faltou vontade chegar bem”, comentou Daniel Dias, referindo-se à prova em que ganhou o ouro, ainda na segunda-feira, 9, primeiro dia de Mundial.
O tempo que o chinês Wang alcançou para o ouro na prova deste sábado daria a ele a medalha de prata nos 50m livre da segunda-feira, “Se você observar o start list desta prova, dos oito finalistas, só dois eram S5, o resto desceu da S6”, apontou o brasileiro.
Tanto Wang como Semenenko, que chegaram à frente do paulista residente em Bragança Paulista, foram medalhistas nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro 2016 na classe S6. Nela competem os atletas com menor grau de comprometimento físico-motor do que aqueles que estão na classe S5, em que Daniel Dias nada desde o início da carreira, há quase 15 anos.
Em função das novas regras de classificação implementadas pelo IPC (Comitê Paralímpico Internacional, na sigla em inglês) em 2018, Yaroslav e Lichao caíram para a S5, e agora dividem os melhores tempos – até então pertencentes a Daniel, que volta a enfrentar a dupla neste domingo, nos 100m livre, a partir das 7h49 (de Brasília).
Já a prata do revezamento veio com a equipe formada por Wendell Belarmino, Maria Carolina Santiago, Lucilene Sousa e Carlos Farrenberg, no inédito 4x100m livre 49 pontos (soma da classificação dos integrantes), somente para deficientes visuais. A Ucrânia foi a campeã, com recorde mundial, em 3min51s85, e o Brasil também seria recordista mundial com o tempo em que finalizou o revezamento (3min53s17), mas ficou com a melhor marca das Américas. Rússia foi bronze (3min54s09).
Ao participar da eliminatória desta prova pela manhã, Lucilene prometeu que não sairia da cidade sem medalha, agora, aproveita a sensação de dever cumprido: “Fiquei muito emocionada no pódio. Vale como ouro. Levo a medalha para o Brasil.
“Cada um conseguiu fazer ótimos tempos individuais, isso é muito importante”, completou Carlos Farrenberg.
Confira os resultados das finais dos brasileiros neste sábado, 14, penúltimo dia do Mundial de natação, em Londres:
50m costas (S5): Daniel Dias – BRONZE
50m borboleta (S6): Talisson Glock – 4º lugar
Revezamento 4x100m livre 49 pontos (para deficientes visuais das classes S11 a S13) – PRATA