Em um meio tão machista, o caminho perseguido pelas mulheres não tem sido o mais fácil.
Corajosas, ocupam diferentes cargos: presidentes de clubes, conselheiras, técnicas, árbitras, jogadoras, cronistas…
Com a presença marcante da mulher, e não digo pela beleza exterior, mas pela inteligência e capacidade em se apoderar de uma seara, que antes eram territórios habitados por homens, foi e vem sendo desmistificado, fazendo prevalecer o respeito à igualdade de gênero.
Aquele lema antigo em que a mulher tinha que cuidar da casa e dos filhos, ficou para trás.
A mulher moderna cumpre seus afazeres domésticos, cuida dos filhos, trabalha fora e algumas ainda sustentam seu lar. É o poder feminino tomando conta das mais diversas áreas. O que antes era visto como impossível, hoje é natural, ao configurar-se, também, em tripla jornada.
Voltando para o futebol, ainda há preconceitos em relação ao conhecimento da mulher. Alguns apontam que mulher não entende nada acerca de futebol; outros reconhecem que sabemos e podemos discutir claramente sobre o assunto.
O mundo ainda precisa conceder às mulheres o direito de disputar cargos com a mesma equidade que o fazem os colegas do sexo oposto. Porém, no futebol, esse tema, outrora tabu, vem tendo suas barreiras derrubadas.
Alguns exemplos que destoam ou mesmo destoaram da “realidade”.
Patrícia Amorim presidiu o Flamengo; Leila Pereira é conselheira e referência como principal patrocinadora do Palmeiras; Silvia Regina de Oliveira atuou como árbitra de futebol e Nadine Bastos, assistente de arbitragem em meio às diversas que militam no apito.
Ana Thaís Matos é uma das repórteres de campo. Juliana Cabral é comentarista da ESPN e Marta, cujo currículo como jogadora da seleção brasileira dispensa comentários – foi eleita cinco vezes como a melhor do mundo. As referências são várias nos mais diversificados ramos de atuação que gravitam em meio ao esporte.
María Victoria Pavon é o nome à frente do Leganés desde a temporada 2009/2010. Lay Hoon Chan, empresária de 52 anos formada em contabilidade na Universidade Nacional de Cingapura e que ocupa a presidência do Valencia desde 1º de julho de 2015. Ainda na Espanha, o Eibar foi comandado pela presidente Amaia Gorostiza. Para ‘abrasileirar’, cito ainda o papel da presidente do Independente (Limeira), Fatima Emilia Grosso Rodrigues de Mattos dos Anjos, ponto fora da curva no futebol paulista onde o predomínio masculino é algo gritante.
Essas mulheres atuantes demonstram que é possível ingressar no mercado da bola, fazendo a diferença, mediante estudo, foco, crença e dispositivos legais (leis, regimentos, estatutos) que não nos tire o sagrado direito de mostrar que a exemplo de tantos homens, também podemos fazer mais e melhor.