A Jady esteve representando o Brasil nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, sendo essa sua 2ª participação em Jogos Paralímpicos! Sim, ela esteve no Rio-2016 também e sua modalidade é o Paraciclismo. E se eu fosse contar a história de sucesso e os títulos da atleta paralímpica, Jady Malavazzi apenas isso já seria uma grande história, digna de ser contada, mostrada e curtida por todos os brasileiros.
Mas a gente quer contar um pouco a saga da atleta para chegar em Tóquio… De uma atleta que vivia sua melhor fase e estava pronta para trazer para o Brasil a 1ª medalha paralímpica na handbike (isso mesmo, uma bicicleta pedalada com as mãos), para uma história de vencer o maior desafio de sua carreira, lutando para garantir a própria vida e sua saúde.
Em 2018 a Jady viveu realmente o melhor ano da carreira. Nossa atleta conquistou medalhas em todos os torneios que disputou, e sem dúvida alguma figurava como favorita de pódio em 2020.
No entanto, logo no início de 2019, participando de um camping de treinamento, aconteceu o que todos atletas e indivíduos com lesão medular temem: surgiu uma úlcera de pressão na região glútea, exatamente onde ela fica sentada.
Tantas vezes isso acontece e pode até parecer simples para controlar e retornar aos treinos e uma vida normal. Mas os diversos procedimentos que ela passou e inclusive uma cirurgia bem complicada não deram os resultados esperados. E em 15 dias a ferida voltou a abrir.
Ainda que a atleta tivesse tomado todos os cuidados, continuou realizando todos os procedimentos necessários e já faltando poucas semanas para realizar mais uma cirurgia (dessa vez definitiva), veio o grande baque: foi diagnosticada uma osteomelite importante e severa. Se vocês não entendem o que é isso, essa doença pode ser a causa de amputações e outras condições muito severas como infecção generalizada.
A cirurgia foi adiada e iniciado um tratamento minucioso e complexo para tratar a osteomelite, que durou cerca de 10 meses. Agora pensem numa atleta durante todo esse tempo lutando para salvar a própria vida e sem conseguir treinar, sem forças para praticar seu esporte… E se os Jogos de Tóquio acontecessem efetivamente em 2020, não teria Jady pra contar história no Japão.
Pois bem, durante esse tempo todo, foram cerca de 3 cirurgias e diversos tratamentos em 2 anos. Com a última cirurgia da ferida, conseguimos vencer a osteomielite e em novembro de 2020 ela estava liberada para retornar progressivamente aos treinos.
Foram 2 anos de tratamentos intensos, levando a atleta ao seu desgaste máximo, Jady não tinha forças e ficou em diversos momentos entre a vida e a morte, mas hoje, 100% curada, conseguiu disputar os Jogos Paralímpicos…
E claro, o pódio não veio (dessa vez). Mas Jady ficou entre as 8 melhores do mundo e Paris-2024 é logo ali e já começamos o planejamento do novo ciclo paralímpico, já com a disputa neste final de semana da Copa do Brasil em João Pessoa – PB.
Ah, o detalhe legal dessa prova, é que a Jady nunca perdeu uma edição de Copa do Brasil desde que ingressou na modalidade. O que será que vem por aí?
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