Conheça a história da atleta do lançamento do dardo, Jucilene Sales

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Em 2020, Jucilene Sales de Lima (Orcampi), do Lançamento do Dardo disputou oito competições, entre elas: Torneios FPA, Campeonato Estadual, GP Brasil e Troféu Brasil de Atletismo. Dessas competições, a atleta foi campeã em seis ocasiões e nas outras duas vezes ficou na segunda colocação. Sem poder treinar como gostaria por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus, a atleta analisa a temporada passada. Veja números no final do texto.

“Sinceramente foi um ano muito bom pra mim, infelizmente teve a pandemia. Comecei o ano muito bem lançando 58 metros na primeira competição e na segunda lancei 59 metros, nunca tinha tido um início de temporada tão boa assim. Tinha tudo pra fazer uma ótima temporada, competi acho que duas vezes antes da pandemia. Com a paralisação fazia (treinava) o que dava em casa, depois as academias abriram e eu consegui fazer mais coisas. Poderia ter terminado melhor, mas foi o que tinha para o momento e o que Deus permitiu”, disse Jucilene Sales.

Mesmo diante das adversidades, a atleta do Lançamento do Dardo fechou o ano na segunda colocação do Ranking Brasileiro e Top-20 no Ranking da World Athletics.

“Se eu falar para você que o objetivo foi alcançado estaria mentindo. O objetivo era lançar acima de 62,89 m quebrar meu recorde pessoal. Como falei, no começo do ano estava com esse objetivo, infelizmente teve a pandemia e os planos mudaram. Tentei continuar no foco, mas sabia que seria mais difícil, tive que adaptar os treinos. Não estava treinando 100%, fazia o que dava. Em relação ao Top-20 eu não tinha nem visto, vi depois das perguntas dessa entrevista. Sabia apenas da 2ª colocação nacional”, explicou a atleta da Orcampi.

Nascida em Taperoá-PB, Jucilene é a mais nova entre as irmãs e foi por elas, que hoje a Top-20, do mundo conheceu o atletismo.

“Tenho quatro irmãs, só a mais velha que não, mas todas já foram atletas. Sou a mais nova, antigamente quando morava em João Pessoa, duas das minhas irmãs trabalhavam e as outras duas treinavam, não tinha ninguém para ficar comigo então eu acompanhava elas nos treinos. Mas ia só para brincar, tinha 7 anos”, contou a atleta e continuou.

“Entrei na escolinha com o professor Luiz Alcides na época, comecei a fazer de tudo. Até que me apresentaram o lançamento de dardo, comecei a lançar, na época já treinava com o Pedrinho (Pedro de Almeida) me destaquei”.

“Fui competir em um Campeonato Brasileiro e fiquei em 2º lugar com a marca de 43 metros. Na época foi um resultado muito bom. Meu atual treinador me convidou para treinar com ele em São Paulo (São Caetano do Sul) a competição se eu não me engano foi em 2003, 2004 fui treinar com o João Paulo Alves. No mesmo ano foi o Sul-Americano menor, fui e lancei 48 metros, ganhando a competição e batendo o recorde. Melhorei 5 metros em menos de 1 ano, foi um ótimo resultado. E hoje continuo treinando em São Caetano do Sul com o mesmo treinador”, concluiu.

Jucilene Sales começa a temporada 2021 com boas expectativas. Campeã no GP Brasil, com 60,89 m, a atleta relembra que apesar da conquista, 2020 foi marcado por muitas dores.

“As expectativas são as melhores possíveis, competi o GP e lancei 60 metros, fazia mais de cinco anos que não lançava 60 metros. Fiquei um tempo sentindo dor nas costas, isso me fez ficar fora de muitas competições, e de muitos treinos. Mas isso é passado, foco total para 2021”, relembrou a atleta.

Sonho Olímpico – Jucilene Sales

Os Jogos Olímpicos Tóquio 2020, acontecerão entre os dias 23 de julho à 08 de agosto, para o Lançamento do Dardo, o índice é de 64,00 m. “Sigo treinando, o único jeito de fazer o índice é treinando e manter o foco. Nada vai cair do céu, tenho que fazer minha parte”.

Machismo no Esporte

Creio que mudar não vai, infelizmente não temos a capacidade de mudar o ser humano, mas como mulher faço a minha parte. Não deixo homem nenhum tentar ser melhor do que eu, ou deixar falar o que quer. Comigo as coisas não são assim.

O ser humano é a pior raça que existe, o mundo está cada vez pior. Os homens sempre vão achar que podem ser melhores que nós mulheres. Que podem ganhar mais, que podem falar o que quer. Do mesmo jeito que eles pode, nós também podemos.

Tem mulher que se submete a muita coisa, abaixa a cabeça para que os companheiros falam e faz. A culpa é de quem aceita, mulher tem o mesmo direito que os homens. Tenho noção que na sociedade infelizmente é diferente.

Minha mãe sempre fez de tudo para o meu pai, foi criação dela, naquela época ela dizia que era assim. Quando estou na casa dos meus pais em João Pessoa, vejo as coisas que minha mãe faz para o meu pai. Muita coisa eu questiono, mas ele não manda, ela faz por amor.

Eu penso completamente diferente, homem tem que lavar louça, arrumar casa, lavar roupa, fazer comida. Tudo que a mulher faz ou sabe fazer, homem também tem que fazer ou vice-versa.

Quando não souber fazer, basta perguntar.

Igualdade é a palavra.

Resultados – 2020

29 fev – Torneio FPA Adulto 58.65m 1ª.
07 mar – Torneio FPA Adulto 59.51m 1ª.
26 set – Torneio FPA Adulto 58.01m 2ª.
10 out – Troféu Bandeirantes 57.72m 1ª.
30 out – Campeonato Estadual Adulto 58.44m 1ª.
02 dez – Torneio FPA Adulto 57.88m 1ª.
06 dez – GP Brasil 60.89m 1ª.
13 dez – Troféu Brasil 58.78m 2ª.

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