*CÉLIO CAMPOS
Embora por questões familiares tenha o coração atrelado à Lusa, vez que minha avó foi filha de bisavós nascidos no além-mar, nunca escondi que aprecio o Tricolor e não o arremedo de time e gestão que tem nos envergonhado e o plural se dirige aos que igualmente torcem pelo clube do Morumbi.
Isso posto, não há outra saída senão pensar em lutar pra não cair e cá entre nós, conheço bem o termo e sei o que ele representa na essência quando volto a pensar no time lusitano. Meu Deus… essa luta por lá tem sido constante, fustigante, agonizante e relutante.
Mas falando do SPFC, e aqui retomo o foco da conversa central, creio que Dorival Júnior não imaginava o tamanho do “beó”, como falamos aqui na região, que teria pela frente. O buraco é muito mais embaixo que pudesse sonhar o rodado e competente técnico são-paulino.
Dessa forma, no melhor estilo “Portuguesa de Ser”, deveria o Tricolor de glórias indestrutíveis e campanhas arrebatadoras que jamais se apagarão da memória dos que gostam do bom futebol jogado e em particular dos que para o clube torcem, formar uma equipe para não cair. Isso mesmo. Para não cair.
Tivesse o poder de interferir na formação do escrete, escalaria Sidão, Wesley (esse cara ruim d+ na direita improvisado é melhor que Bruno e Bufarinni juntos), Arboleda, Aderllan e Edimar (foi contratado, tem de ao menos jogar, vez que Jr. Tavares caiu de produção incrível e inexplicavelmente); Jucilei, Petros, Hernanes (será que veio em boa forma?, icógnita mas está aí e tem de jogar), Lucas Fernandes, Maicosuel (foi contratado e precisamos ver até onde pode render ao time) e Gilberto (ou Pratto, mas o pernambucano tem mais intimidade com a situação desesperadora a meu ver).
Poderá cair?
Claro que sim.
Clube grande, amigos, também cai, sim senhor!
Poderá escapar?
Claro que sim.
Ainda que na bacia das almas como costumeira e tradicionalmente usamos falar em casa, valendo-nos do adágio português muito vivo nas conversas travadas.
Não sei por que mas a tragédia lusitana e o caos tricolor me parece se cruzar em dado momento no mundo fenomenal do futebol. Ontem mediante a ‘questão Canindé’, que fora ‘casa do SPFC’, e hoje com o risco de queda – fato comuns a ambos.
Quanto à crônica, na maravilhosa língua portuguesa, dístico é o mesmo que título, e isso está muito longe do Canindé assim como longe está do Morumbi.
A conferir.
*é jornalista, radialista e mestrando em Comunicação pela Universidade Ibero Americana