O sonho de prata de Letícia e o desejo de servir a Seleção

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Todo torcedor fanático tem uma memória afetiva que conecta a infância ao futebol. Um jogo especial, um golaço marcante, um ídolo… No caso de Letícia Santos, as lembranças levam a lateral de volta aos seus 12 anos de idade, no ano de 2007.

Foi em frente à televisão, vendo um jogo da Seleção Brasileira Feminina, que a lateral descobriu que queria ser jogadora de futebol.

O sonho começou naquela final de Copa do Mundo contra a Alemanha, naquele 30 de setembro, em que o Brasil foi vice-campeonato do Mundial.

Mais de uma década depois, Letícia integra o grupo que irá defender as cores do Brasil na Copa do Mundo da França, mas jamais deixa o início de seu grande sonho cair no esquecimento.

Mesmo com a derrota por 2 a 0, a decisão do Mundial foi o ponto final de um mês corrido na vida da atual lateral, que se desdobrava em meio à rotina para assistir aos jogos da Seleção Brasileira.

“A minha grande memória é de 2007, na China, vendo a Seleção Brasileira ficar com o vice-campeonato da Copa do Mundo. Foi naquele momento que uma chama acendeu no meu coração, (percebi) que eu também gostaria de ser uma jogadora profissional e jogar na Seleção Brasileira. Eu tinha 12 anos! Eu saía da escola correndo, via os jogos pela televisão na Band. Teve um jogo em que eu tive que parar na padaria pra assistir! Aí, no intervalo, corri para casa para terminar de ver a partida”, lembra a lateral.

A lembrança desperta sentimentos mistos em Letícia, especialmente pela decepção com o vice, vindo de uma campanha invicta até então. Afinal, foi na edição de 2007 que a Seleção fez sua melhor campanha até hoje, com 100% de aproveitamento até a decisão.

Na fase de grupos, três vitórias sobre China, Dinamarca e Nova Zelândia. Já na fase de mata-mata, o Brasil deixou para trás Austrália e Estados Unidos. Da tristeza, a jovem – que já jogava futebol no tempo livre – viu surgir a esperança por uma carreira no esporte.

“Foi um pouco triste porque acho que elas mereciam muito, pelo campeonato que elas estavam fazendo com a Seleção. Senti muito junto com elas. Não chorei, mas fiquei muito triste. Estava muito envolvida naquela Copa torcendo. Coloquei no meu coração: “quero treinar, me dedicar, para um dia poder representar o Brasil em uma Copa como essa”. Eu já jogava bola, com os meninos. E sempre sonhando, acreditando, com aquela imagem da Copa do Mundo na minha mente”, completou Letícia Santos.

E agora que o jogo virou, qual é a sensação? Para Letícia, o principal ponto positivo de estar em campo na Copa do Mundo da França é a chance de inspirar meninas iguais à própria, sentadas em frente a uma televisão e sonhando com a Seleção Brasileira.

“Passa um filme na cabeça, com certeza. É uma emoção grande, poder representar outras meninas, que talvez estejam na situação que eu estava um dia. Poder representar minhas companheiras de trabalho é uma emoção muito grande, sei da responsabilidade. Mas estou muito feliz! Imaginei isso, sonhei com isso. A dedicação está sendo paga (risos)”.

A Seleção Brasileira Feminina estreia na Copa do Mundo da França no próximo domingo (9), às 10h30, contra a Jamaica. No grupo C do Mundial, o Brasil ainda irá enfrentar Austrália e Itália, nos dias 13 e 18 de junho, respectivamente.

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